Teologia Anti Predestinação - II

20/08/2012 23:43

 

NOSSA APOLOGIA AO LIVRE ARBÍTRIO

 

Afinal, o que é Livre Arbítrio? Poderíamos concluir que Livre arbítrio é um princípio escriturístico que declara que o homem é livre para tomar decisões, para decidir a questão do seu destino.

 

            E o que seria Predestinação? Predestinação pode ser definida no sentido geral e no sentido bíblico.

            No consenso do povo é crer que Deus traçou um plano para a nossa vida e devemos segui-lo sem o direito da escolha. Em outras palavras – somos autômatos, desempenhando um papel previamente estabelecido por Deus.

 

            Calvino, ampliando idéias já antes defendidas por Agostinho, afirmou que desde a Antigüidade Deus estabeleceu dois decretos: Um selecionando um grupo para a salvação ou vida eterna e um outro decreto selecionando aqueles que serão destruídos. O próprio Calvino qualificou-o como terrível decreto de Deus.

 

            Estaria este ensino em harmonia com as doutrinas bíblicas? Creio que de modo nenhum. Porque a dupla predestinação ensina que “se não fomos arbitrariamente escolhidos para a salvação, não há esperança, mesmo que almejemos ardentemente esta graça”.

 

            Hermeneuticamente falando, entendo que a Bíblia não diz isto. Predestinação bíblica é o decreto de Deus, que possibilita a salvação a todos os que aceitarem a Cristo. Particularmente, eu creio que a salvação é acessível a todo e qualquer membro da raça humana, pois João 3: 16 nos esclarece que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

 

            Exulto com o apóstolo Paulo porque "antes da fundação do mundo" (Ef. 1:4) Deus resolveu suprir a necessidade do homem, se ele pecasse.

          Ef.1:3-14 - “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4  assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7  no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8  que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,9  desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10  de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra; 11  nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12  a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; 13  em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14  o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. 

 

            Esse "eterno propósito" abrangia a encarnação de Deus em Cristo, a vida sem pecado e a morte expiatória de Cristo, Sua ressurreição dentre os mortos e o Seu ministério sacerdotal no Céu, o qual culminará nos grandiosos aspectos do julgamento.

 

Entretanto, como vimos acima, tanto o Calvinismo quanto o Arminianismo apóiam-se em textos bíblicos para justificarem suas posições. 

 

            O Calvinismo afirma a total depravação do homem após a queda, isto é, a sua escravidão e morte no pecado, estando portanto totalmente dependente da ação graciosa de Deus para vir a ter vida espiritual e, assim, alcançar a salvação.

 

            Por sua vez, o Arminianismo afirma que o pecador continua a ter em si a liberdade de optar entre permanecer no pecado ou voltar-se para Deus. Nega, portanto, que as conseqüências da queda tenham sido a total escravidão da vontade e a morte espiritual do homem no que toca às coisas de Deus.

            Quando os teólogos e comentadores da Escritura advogam uma via intermédia entre o Calvinismo e o Arminianismo, entendo que eles estão a cair ou fazer cair os leitores num equívoco ou, então, num grande logro.

 

            Afinal, o modo como encaram a liberdade humana e a ação de Deus e do homem no processo de salvação coloca-os decididamente no campo Arminiano, embora de forma moderada.

 

Ser predestinista não altera a condição daqueles que são crentes. A única coisa que poderia acontecer seria um desestímulo na evangelização.

Segundo os enunciados que elaboramos, com base em textos bíblicos claros, não há razão para confusão nesta área. No entanto, respeitamos o direito que cada pessoa tem de ter suas doutrinas, e esperamos que, por causa de doutrina, ninguém perca a oportunidade de salvação.

Não podemos nos esquecer, no entanto, que Deus dotou o ser humano de livre arbítrio. E notamos, em toda a Bíblia, que Deus faz questão de respeitar este princípio. Entender que Deus, por Sua soberania, simplesmente escolhe uns para salvação e outros para a perdição, é querer ver ferido o princípio do livre arbítrio.

 

Para mim, a grande maravilha deste assunto, é que Deus me viu antes e me marcou e me preordenou para a vida eterna. Por isso, Ele me ama e derrama sobre mim suas maravilhosas misericórdias. E esse processo é irreversível. Ninguém jamais perde esta bênção da salvação.

 

O nosso grande desafio, portanto, é chamar o mundo todo para a Salvação em Cristo, porque "... a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens" (Tito 2.11). E o mundo só não alcançará a salvação se não quiser responder ao chamamento do amor de Deus (João 3.16,18).

Portanto, diante da clareza do ensino geral da Bíblia, preferimos ficar com o entendimento de que somos predestinados e eleitos segundo a presciência de Deus. Como diz 1 Pedro 1.1-2 – “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”.

 

 

Extraído do site: https://www.programamomentoscomjesus.com